A menopausa é um marco natural na vida de toda mulher, que marca o fim da fase reprodutiva. Ela é clinicamente definida como o período de 12 meses consecutivos sem menstruação, após a última menstruação (que ocorre, em média, por volta dos 50 anos). No entanto, o processo que leva à menopausa é gradual e é conhecido como climatério, um período de transição que pode durar vários anos antes e depois da menopausa propriamente dita. Durante o climatério, ocorrem intensas flutuações hormonais, principalmente a diminuição progressiva da produção de estrogênio e progesterona pelos ovários. Essas mudanças hormonais são responsáveis por uma série de sintomas que podem impactar significativamente a qualidade de vida da mulher.
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) destaca a importância de desmistificar esse período e oferecer suporte e orientação para que as mulheres possam vivenciar essa fase com saúde e bem-estar. Compreender as fases do climatério e os sintomas associados é o primeiro passo para buscar o manejo adequado e garantir uma transição mais tranquila.
As Fases do Climatério: Uma Jornada Gradual
O climatério é dividido em fases distintas que precedem e sucedem a menopausa:
- Perimenopausa: Inicia-se alguns anos antes da menopausa, geralmente na faixa dos 40 anos, e se estende até um ano após a última menstruação. É caracterizada por irregularidades menstruais (ciclos mais curtos, mais longos, mais leves ou mais intensos), ondas de calor, alterações de humor e outros sintomas, devido às flutuações hormonais. A ovulação ainda pode ocorrer, embora de forma irregular.
- Menopausa: Ocorre 12 meses após a última menstruação. A partir deste ponto, a mulher não é mais capaz de engravidar naturalmente. Os ovários param de produzir estrogênio e progesterona em quantidade significativa.
- Pós-menopausa: Abrange todo o período após a menopausa. Os sintomas da menopausa podem diminuir com o tempo, mas as mulheres na pós-menopausa têm um risco aumentado para certas condições de saúde devido à baixa contínua de estrogênio, como osteoporose e doenças cardiovasculares.
Sintomas da Menopausa e Climatério: Uma Visão Abrangente
Os sintomas experimentados durante o climatério e a menopausa variam amplamente em tipo e intensidade de mulher para mulher. Eles são principalmente decorrentes da diminuição dos níveis de estrogênio. Os mais comuns incluem:
- Fogachos (ondas de calor) e suores noturnos: São os sintomas mais característicos, manifestando-se como sensações súbitas de calor intenso, acompanhadas de rubor, transpiração e, por vezes, palpitações.
- Irregularidades menstruais: Ciclos que ficam mais curtos, mais longos, mais espaçados, com fluxo mais intenso ou mais leve, até cessarem completamente.
- Alterações de humor: Irritabilidade, ansiedade, tristeza, labilidade emocional e, em alguns casos, depressão.
- Distúrbios do sono: Dificuldade para iniciar ou manter o sono, insônia, muitas vezes exacerbados pelos suores noturnos.
- Secura vaginal e dor durante a relação sexual (dispareunia): A diminuição do estrogênio afina e resseca os tecidos vaginais, tornando-os menos elásticos e mais sensíveis.
- Diminuição da libido: Redução do desejo sexual.
- Perda de densidade óssea (osteopenia/osteoporose): O estrogênio desempenha um papel protetor na manutenção da densidade óssea. Sua diminuição aumenta o risco de fraturas.
- Alterações na pele e cabelo: Pele mais seca e menos elástica, cabelo mais fino e seco.
- Ganho de peso: Especialmente na região abdominal, e dificuldade para perder peso.
- Sintomas urinários: Aumento da frequência urinária, urgência, ou infecções urinárias recorrentes devido à atrofia da uretra.
- Dificuldade de concentração e problemas de memória.
Impacto na Saúde a Longo Prazo
Além dos sintomas imediatos, a deficiência crônica de estrogênio na pós-menopausa eleva o risco para diversas condições de saúde:
- Osteoporose: Fragilidade óssea que aumenta o risco de fraturas, especialmente de quadril, coluna e punho.
- Doenças cardiovasculares: O estrogênio tem um efeito protetor sobre o sistema cardiovascular. Após a menopausa, o risco de doenças cardíacas e AVC aumenta.
- Atrofia urogenital: Condição crônica e progressiva dos tecidos da vagina e uretra, levando a secura, dor, coceira, ardor e aumento das infecções urinárias.
Diagnóstico e Acompanhamento do Climatério e Menopausa
O diagnóstico do climatério e da menopausa é primariamente clínico, baseado na idade da mulher, na presença de sintomas característicos e, principalmente, na ausência de menstruação por 12 meses consecutivos. Exames hormonais (como FSH e Estradiol) podem ser solicitados para confirmar a condição hormonal, mas não são estritamente necessários para o diagnóstico da menopausa estabelecida, sendo mais úteis na perimenopausa para avaliar a transição.
O acompanhamento ginecológico regular é essencial durante esse período. O médico irá avaliar os sintomas, monitorar a saúde geral da mulher e discutir as opções de tratamento. Exames de rotina, como Papanicolau, mamografia, densitometria óssea e perfil lipídico, são fundamentais para rastrear outras condições de saúde e prevenir complicações.
Opções de Tratamento para Menopausa e Climatério: Uma Abordagem Personalizada
O tratamento do climatério e da menopausa visa aliviar os sintomas e prevenir complicações a longo prazo, sendo sempre individualizado às necessidades e perfil de saúde de cada mulher.
- Mudanças no Estilo de Vida: São a base do manejo e incluem:
- Dieta balanceada: Rica em cálcio e vitamina D para a saúde óssea, e nutrientes que ajudam a controlar o peso e a saúde cardiovascular.
- Exercícios físicos regulares: Contribuem para a saúde óssea, cardiovascular, controle de peso e bem-estar geral.
- Evitar tabagismo e consumo excessivo de álcool: Fatores de risco para osteoporose e doenças cardíacas.
- Técnicas de relaxamento: Para gerenciar o estresse e as alterações de humor.
- Terapia Hormonal (TH) ou Terapia de Reposição Hormonal (TRH):
- Considerada o tratamento mais eficaz para os sintomas vasomotores (fogachos e suores noturnos) e para a síndrome genitourinária da menopausa.
- Envolve a reposição de estrogênio (com progesterona para mulheres com útero, para proteger o endométrio).
- A decisão de usar TH/TRH deve ser individualizada, considerando os riscos e benefícios para cada mulher, especialmente em relação ao histórico familiar e pessoal. A FEBRASGO e outras sociedades médicas fornecem diretrizes claras sobre indicações, contraindicações e duração do uso.
- Terapias Não Hormonais: Para mulheres que não podem ou preferem não usar a TH/TRH, existem outras opções:
- Medicamentos: Antidepressivos de baixa dose (inibidores seletivos da recaptação de serotonina – ISRS) podem ser eficazes para fogachos. Outros medicamentos podem ser usados para tratar a osteoporose.
- Tratamentos locais para secura vaginal: Cremes, óvulos ou anéis vaginais de estrogênio em baixa dose, que agem localmente sem absorção significativa para o corpo, são muito eficazes para a síndrome genitourinária.
- Fitoterápicos e suplementos: Embora alguns produtos de origem vegetal (como isoflavonas) sejam comercializados para sintomas da menopausa, a evidência científica de sua eficácia é limitada e devem ser usados com cautela e sob orientação médica.
A menopausa e o climatério são fases de transformação que exigem atenção e cuidado. Um ginecologista qualificado pode oferecer o suporte necessário para navegar por essa transição, garantindo que a mulher mantenha sua saúde e qualidade de vida. O Dr. Eduardo Cristófoli, ginecologista em Londrina, com CRM PR 26850 – RQE 3038, localizado na Av. Ayrton Senna da Silva, 850 – Palhano 2, Londrina – PR, 86050-460, está preparado para oferecer essa orientação e tratamento personalizado.